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EDITORIAL - Dia Internacional da Mulher

Confira a edição especial que homenageia todas as mulheres!
8 de março de 2021

Há ainda muitas pessoas que consideram o dia 08 de Março apenas uma data de homenagens às mulheres, mas, diferentemente de outras datas comemorativas, ela não foi criada pelo comércio - e tem raízes históricas mais profundas e sérias. Essa data evidencia uma luta histórica das mulheres por seus direitos, melhores condições de vida e de trabalho.

A ideia de uma data anual para marcar o dia da mulher surgiu depois de uma jornada de manifestações pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino, em fevereiro de 1909, em Nova York. Depois, em 1910, durante a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, foi sugerido que o dia da mulher fosse celebrado todos os anos sem uma data específica. A partir de 1913 mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações no último domingo de fevereiro. Em 08 de março de 1917 organizou-se uma grande passeata de mulheres em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país.

Somente em 1975 a data de 08 de março foi instituída como Dia Internacional da Mulher como um dia de protesto por direitos e de uma celebração do feminino.

Se já conquistamos muito, isso somente foi possível com a união entre as mulheres. Mas ainda há muito a conquistar. A união entre as mulheres é força e potência transformadora do futuro.

Hoje, a data é cada vez mais marcada como um dia para reivindicar igualdade de gênero e para lembrar que ainda há muitos problemas a serem resolvidos, como os da participação política feminina e os da violência contra a mulher, por exemplo.

Por isso é tão importante e tão simbólico, neste dia 08 de março, reverenciar e homenagear as mulheres que nos antecederam e conquistaram os espaços que ocupamos hoje. Simbolizando todas essas mulheres do Ministério Público do Paraná (MPPR), convidamos a Procuradora de Justiça recém-aposentada, Isabel Cláudia Guerreiro, como Mulher Destaque dessa edição especial, dedicada ao Dia Internacional das Mulheres, que nos brindou com sua trajetória de vida e profissional admirável e inspiradora. 

Para indicação do livro do mês, contamos com a participação da Promotora de Justiça Lucimara Rocha Erlund Iegas, que nos presenteou com uma análise profunda e sensível do clássico livro “Mulheres que correm com os Lobos”.

Há, ainda, a homenagem a mulheres que, com sua força e sensibilidade, estão trabalhando e se reinventando para tornar esse momento menos difícil para o seu entorno. São elas Bruna Massa, Enfermeira e irmã da associada Roberta Franco Massa; Geraldine Camozzato Hoffmann Glitz, Profissional de Relações Públicas e esposa do Presidente da APMP, André Glitz; Gladys Ferreira Schneicker, Professora da educação infantil e Funcionária da APMP; Karine Blume, Empresária e esposa do associado Fernando de Paula Xavier Junior; Maria Rosângela Milléo Ansay, Assistente Social da Fundação de Ação Social e esposa do associado Luiz Celso de Medeiros; Priscila da Mata Cavalcante, Promotora de Justiça e associada da APMP; Ruth Valenzuela de Figueiredo Neves Sinhori, Presidente da Associação Apoio e esposa do associado Sérgio Sinhori; e Viviane Flumignan Zétola, Médica Neurologista e filha da pensionista Eiko Hiroki Flumignan.

Além disso, há compilação de notícias de ações e iniciativas desenvolvidas pelas Promotoras e Procuradoras de Justiça do Paraná que estão impactando positivamente a vida de várias pessoas em nosso Estado.

Tudo isso demonstra que estamos presenciando a emergência de uma era mais feminina. Depois de muito tempo vivendo sob a égide de uma lógica pautada apenas em resultados, de racionalidade, de competitividade e de individualismo, passamos a dar mais espaço para as emoções, o cuidado e a intuição que são valores ligados ao feminino.

O feminino é circular, emocional, intuitivo, colaborativo, empático, compassivo, flexível, multidisciplinar. O feminino permite um encontro genuíno com o eu, com a consciência de si, do outro e do mundo.

Independente de gênero, o que o mundo precisa hoje é trazer esses valores do feminino para todas as esferas e domínios da vida. E aqui não entra em questão o gênero masculino ou feminino, mas de uma forma de ser, de viver, trabalhar e perceber nosso entorno de maneira distinta da que nos levou a este estado de desiquilíbrio econômico, ambiental e social.

Nessa perspectiva e visando sempre contribuir com a construção de uma Instituição cada vez mais comprometida com a concretização dos valores constitucionais de igualdade material entre homens e mulheres, a Associação Paranaense do Ministério Público formulou requerimentos para a administração superior do Ministério Público com vistas a minimizar o impacto da pandemia na vida das nossas associadas. Para a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), foi requerida a possibilidade de reinclusão no grupo de risco das pessoas que coabitam com filhos menores de 24 meses como anteriormente previsto no §1º, do art. 12 da Resolução nº3743, de 17 de agosto de 2020 (leia aqui). Ainda à PGJ, também foi requerida a possibilidade da criação de um comitê de igualdade de gênero no âmbito do Ministério Público do Estado do Paraná como forma de promover a concretização da Resolução nº 79/2020, de 30 de novembro de 2020, e também como forma de garantir a paridade com a magistratura paranaense (confira aqui). À Corregedoria-Geral do Ministério Público, houve a solicitação a fim de que seja avaliada a possibilidade de as atividades correicionais de fiscalização do andamento dos trabalhos e desempenho das atribuições considerarem a realidade das mulheres quando da avaliação das agentes ministeriais durante o período de emergência de saúde pública e calamidade pública decorrente da pandemia de SARS COV-2 (leia aqui na íntegra). No mesmo sentido, ao Conselho Superior do Ministério Público foi solicitada a avaliação da possibilidade da perspectiva de gênero ser considerada quando da avaliação do desempenho das agentes ministeriais durante o período de emergência de saúde pública e calamidade pública decorrente da pandemia de SARS COV-2 (leia aqui). Na data de hoje, também foi encaminhado ofício para o Grupo Interinstitucional de Gênero a fim de somarmos esforços para promoção da igualdade de gênero no sistema de justiça do Estado do Paraná e mitigação dos impactos causados pela pandemia de COVID-19 sob a perspectiva de gênero junto às Instituições signatárias, no sentido de reforçar a necessidade de se suspender, por prazo indeterminado, a Instrução Conjunta nº 41/2021 do Tribunal de Justiça e a Resolução nº 0997 da Procuradoria-Geral de Justiça (veja aqui).

O momento atual demonstra que liderar com força não basta, faz-se necessário exercer sensibilidade, sendo de cuidado e diálogo para que haja respeito e empatia.

Reconhecer o feminino em si, é reconhecer os nossos valores mais humanos. É um antídoto contra a falta de conexão e de consciência em que estivemos imersos durante muito tempo e que ainda insiste em se fazer presente.

Fica, nessa edição, nossa homenagem a todas as mulheres que vão transformar o mundo em um lugar mais empático para todas e todos! FELIZ DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES!

 

Symara Motter
Promotora de Justiça e Diretora de Mulheres Associadas

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